sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Superlotação e atendimento falho são comuns em hospitais públicos

Em Belém, grávida de gêmeos não é atendida por falta de leitos e bebês morrem. O Ministério da Saúde considera esses problemas inaceitáveis.

Médicos fizeram um protesto em Belém pela falta de estrutura e de condições de trabalho nos hospitais públicos. Na terça-feira (23), a obstetra Cynthia Lins foi detida acusada de negar atendimento a Wanessa do Socorro, grávida de gêmeos. A família buscou a Santa Casa e o Hospital das Clínicas. Sem atendimento, o parto começou na ambulância dos bombeiros. Os bebês morreram.
A médica e a Santa Casa se defendem. “A UTI neonatal para 107 crianças está com 123. Realmente extrapola qualquer condição, porque você está colocando em risco as que já estão internadas”, diz Maria do Carmo Lobato, presidente da Santa Casa. Duas diretoras do hospital foram afastadas até que termine a investigação da polícia.
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No Maranhão também há caos no atendimento. São Luís tem dois grandes centros de atendimento de emergência, que recebem 34 mil pacientes por mês. São hospitais feitos para atender a capital, mas a falta de estrutura na maioria das cidades do interior do estado acaba levando muita gente pra lá.
Com uma câmera escondida, a equipe do Jornal Hoje flagrou um homem de 88 anos com trombose deitado em uma maca, sem colchão. Depois de viajar 300 quilômetros ele passou a manhã toda esperando, sem nenhum atendimento. Um outro homem com a perna amputada foi atendido corredor.
O drama nas emergências dos hospitais públicos se repete no país inteiro. A falta de estrutura física não é o único problema. Milhões de reais gastos em grandes reformas nem sempre garantem bom atendimento.
O hospital de Planaltina, perto de Brasília, acaba de ser reaberto. A reforma custou quase R$ 3 milhões. A cara é nova, mas o atendimento continua ruim e de madrugada, tudo piora: emergência lotada, pacientes espalhados e gente chorando de dor.
Em Ponta Grossa, no Paraná, o hospital regional inaugurado há um ano e meio tem 150 leitos e 450 funcionários. Mas na manhã desta quarta-feira (24) só 20 pacientes estavam internados. Dois, dos cinco andares, estão interditados por causa de infiltrações.
O Ministério da Saúde considera esses problemas inaceitáveis e vai cobrar dos estados e dos municípios. “Vamos cobrar, porque estamos apoiando com recursos e estrutura. É fundamental, além do compromisso formal público, a mudança de atitude da rede, uma atitude que tem que ser humana, acolhedora. É pra isso que nós estamos trabalhando", declara Helvécio Magalhães, secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde. Segundo ele, nenhum médico pode deixar de atender, mesmo que seja em maca.
 



FONTE:
http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2011/08/superlotacao-e-atendimento-falho-sao-comuns-em-hospitais-publicos.html

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